São Paulo peca em finalizações e em nervosismo, e sofre na Série A

São Paulo segue sem vencer no Brasileirão e Hernán Crespo enfrenta forte pressão no comando tricolor

Mais uma vez, o São Paulo desperdiçou a oportunidade de apresentar um futebol convincente e saiu de campo sem vitória, aumentando a frustração de sua torcida. Hernán Crespo, comandante da equipe, já começa a sentir o peso da pressão, uma vez que o Tricolor Paulista ainda não conquistou sequer um triunfo nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A.

Desde o início da competição, a equipe vem acumulando tropeços diante de adversários que, teoricamente, deveriam ser superados com maior facilidade. Um exemplo claro foi o empate diante do Juventude, em partida onde o São Paulo perdeu pontos preciosos. Esse tipo de resultado tem se tornado um problema recorrente e evidencia as dificuldades que Crespo terá de administrar: falta de efetividade nas finalizações, desfalques importantes e um elenco que, em certos momentos, gera dores de cabeça, especialmente com figuras como Daniel Alves e Reinaldo, que são líderes, mas também podem ser fontes de instabilidade.

Domínio sem eficiência

No último compromisso contra o Santos, na Vila Belmiro, o São Paulo até mostrou uma postura dominante em termos de posse de bola e número de finalizações. No entanto, mais uma vez, a equipe foi ineficiente no momento de concluir as jogadas. Apesar dos desfalques relevantes, o desempenho ficou aquém do esperado, e a falta de contundência no ataque tornou-se um problema gritante. Diante de um rival tradicional, era necessário apresentar um futebol mais agressivo e organizado para sair da Baixada Santista com um resultado positivo.

Essa dificuldade em transformar o domínio em gols e vitórias já é motivo de preocupação. Mesmo controlando boa parte das ações da partida, o São Paulo mostrou-se inoperante no setor ofensivo, algo que precisa ser corrigido com urgência para evitar que a má fase se prolongue e comprometa as ambições no Brasileirão.

Crespo sob pressão: até quando?

Se antes o problema era a falta de objetividade no comando de Fernando Diniz, agora, sob Hernán Crespo, a situação parece inverter-se: há objetividade nas propostas de jogo, mas falta execução prática. Embora tenha começado sua trajetória no clube com conquistas relevantes, como o Campeonato Paulista, o momento é outro. No Brasil, a cultura de resultados rápidos é implacável, e técnicos que não conseguem vitórias em sequência acabam rapidamente na berlinda.

Até o momento, a diretoria são-paulina não deu sinais públicos de que pretende mudar o comando técnico, valorizando o trabalho que Hernán Crespo vem tentando desenvolver mesmo com as adversidades. Contudo, o histórico do futebol brasileiro mostra que a paciência tem prazo de validade. Caso o argentino não consiga reverter a situação nas próximas rodadas, a pressão interna e externa pode crescer a ponto de tornar insustentável a sua permanência.

Os próximos jogos são, portanto, decisivos para Crespo. Além da busca pela primeira vitória, o técnico precisa apresentar um time mais consistente, capaz de transformar superioridade técnica em gols e vitórias — algo que ainda não foi visto neste Brasileirão.

Momento de decisão

O São Paulo terá uma grande oportunidade de iniciar sua reação na próxima quarta-feira (23), quando enfrentará o Cuiabá, no estádio do Morumbi, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em teoria, é um adversário acessível para que a equipe conquiste seus primeiros três pontos na competição. No entanto, considerando as dificuldades recentes, qualquer excesso de confiança deve ser evitado.

A partida é encarada como uma “final antecipada” para Hernán Crespo. Um novo tropeço diante de sua torcida poderá acelerar processos de desgaste que, até agora, a diretoria tenta evitar. O treinador sabe que precisa apresentar evolução imediata não apenas em termos de resultado, mas também de desempenho em campo, para reconquistar a confiança da torcida e consolidar seu projeto à frente do clube.

O elenco também precisa responder em campo. Jogadores como Pablo, Luciano, Benítez e Igor Gomes, fundamentais na construção do setor ofensivo, precisam assumir maior protagonismo. Além disso, a defesa, que vinha sendo um dos pontos fortes do time, precisa voltar a ser sólida, especialmente nos momentos de pressão adversária.

Conclusão: hora de reagir

A situação do São Paulo no Campeonato Brasileiro é preocupante, mas ainda há tempo para recuperação. O desafio de Hernán Crespo é grande: ele precisa reorganizar emocionalmente o grupo, ajustar o sistema de jogo e encontrar alternativas para superar as ausências que têm prejudicado o desempenho.

A torcida, que ainda guarda com carinho a conquista recente do título paulista, começa a cobrar resultados mais consistentes no cenário nacional. A esperança é que o confronto contra o Cuiabá sirva como ponto de virada para a equipe na temporada.

Agora, resta ao São Paulo provar que pode superar essa fase turbulenta, resgatar o futebol competitivo que o fez campeão estadual e recolocar o projeto de Hernán Crespo nos trilhos.