Diego Aguirre retorna ao Internacional com a missão de reconstruir o time
Depois de quase seis anos afastado do Beira-Rio, Diego Aguirre está de volta ao comando do Internacional. O treinador uruguaio foi escolhido para substituir Miguel Ángel Ramírez, após a saída conturbada do técnico espanhol. A negociação para o retorno de Aguirre ocorreu de maneira rápida e pragmática, impulsionada pela identificação mútua entre o técnico e a diretoria, baseada em bons momentos vividos no passado, como a histórica campanha que levou o clube às semifinais da Copa Libertadores da América.
Apesar de não ter concluído aquele trabalho anterior, interrompido por diversos fatores extracampo, a lembrança positiva deixou portas abertas para este reencontro. Com a sua chegada, abre-se também a possibilidade de o Internacional “redescobrir sua identidade”, perdida entre as diversas mudanças de estilo promovidas pelos treinadores que passaram pelo clube nos últimos anos.
O desafio de Aguirre: devolver a competitividade ao Colorado
Diego Aguirre assume o Internacional em uma situação desafiadora. Seu objetivo principal é tornar o time altamente competitivo novamente, algo que a torcida exige e que a diretoria vê como fundamental para a sequência da temporada. Contudo, a tarefa não será simples. O clube vive um momento de restrições financeiras, o que limita a possibilidade de contratações de impacto para reforçar o elenco.
Neste cenário, o treinador terá de trabalhar intensamente com o material humano que já está à sua disposição. A falta de recursos obriga Aguirre a valorizar os jovens da base, algo que seu antecessor não conseguiu implementar de maneira eficaz, e a recuperar o rendimento dos jogadores mais experientes, que atualmente estão abaixo do esperado.
Um dos grandes exemplos dessa queda de rendimento é Thiago Galhardo. O atacante, que viveu um excelente momento sob o comando de Eduardo Coudet, não conseguiu manter o nível de atuações desde a mudança de técnico, o que se refletiu em seu desempenho em campo e no desempenho geral da equipe. Recuperar a confiança e o futebol de jogadores como Galhardo será fundamental para Aguirre iniciar sua trajetória com o pé direito.
Primeiros passos e a estreia no banco de reservas
Interessado em se inteirar rapidamente da realidade do clube, Diego Aguirre não perdeu tempo. Assim que acertou sua volta, preferiu viajar de carro do Uruguai até Porto Alegre para acompanhar de perto o Internacional em campo. Sua primeira observação foi no empate contra o Ceará, no Beira-Rio. Na ocasião, o time gaúcho chegou a abrir o placar, mas voltou a exibir problemas crônicos na defesa, permitindo o empate adversário — um alerta claro de que muito trabalho será necessário.
Aguirre pôde perceber já neste primeiro contato que, apesar de algumas qualidades individuais, a equipe sofre com instabilidade defensiva e falta de consistência ao longo dos jogos. Além disso, a parte ofensiva também precisa de ajustes, sobretudo na criação de jogadas, onde o Colorado vem tendo muitas dificuldades para furar defesas mais organizadas.
Com essa breve amostra, Aguirre já vislumbra quais serão suas prioridades no início do trabalho: equilibrar a equipe defensivamente e buscar alternativas criativas no ataque. O objetivo é simples na teoria, mas exigirá dedicação e, principalmente, paciência na prática.
Próximo compromisso: estreia contra a Chapecoense
O primeiro desafio oficial de Diego Aguirre no comando do Internacional será nesta quarta-feira (23), contra a Chapecoense, na Arena Condá, às 19h (horário de Brasília), em duelo válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A.
A partida será uma excelente oportunidade para o treinador começar a colocar em prática suas ideias e dar início a um processo de reconstrução do time. Embora enfrente um adversário que também vive dificuldades na competição, a pressão por resultado é grande, e uma vitória é vista como essencial para que Aguirre tenha tranquilidade para desenvolver seu trabalho nas próximas semanas.
A expectativa da torcida é que o retorno do treinador uruguaio traga não apenas melhores resultados, mas também resgate valores tradicionais do Internacional, como a intensidade, a garra e a competitividade — características que sempre marcaram as grandes equipes do clube ao longo de sua história.
Ciente dos desafios e das limitações, Diego Aguirre demonstra estar motivado para este novo capítulo em sua carreira. Seu passado no clube lhe proporciona crédito inicial, mas, como no futebol a memória é curta, o novo trabalho precisará rapidamente apresentar sinais de evolução para que o reencontro com o Beira-Rio seja, de fato, um sucesso duradouro.