Corinthians enfrenta dificuldades na criação e empata com o Bahia no Pituaçu
Em mais uma partida marcada pela dificuldade na criação ofensiva, o Corinthians conseguiu, ao menos, resistir à pressão exercida pela equipe do Bahia e trouxe para casa um empate em 0 a 0, jogando no Estádio de Pituaçu. Apesar do resultado não ser o pior dos mundos considerando o desempenho recente da equipe, o empate foi insuficiente para atender às pretensões da diretoria e da torcida alvinegra, que esperavam uma atuação mais consistente e, principalmente, uma vitória.
O técnico Sylvinho, recém-chegado mas já bastante questionado, ainda mantém o mesmo modelo de jogo que causou a eliminação precoce da equipe na Copa do Brasil para o Atlético-GO. A falta de variações táticas, a insistência em certas peças e o estilo excessivamente cauteloso têm sido motivos de críticas frequentes. A expectativa é de que, para os próximos confrontos, o treinador promova mudanças que tornem o time mais agressivo e capaz de criar mais oportunidades de gol.
Entre as incoerências apontadas pela torcida e especialistas está a manutenção de jogadores como Ramiro, já negociado com um clube da Arábia Saudita, na equipe titular. Enquanto isso, a base — tradicional celeiro de talentos do Corinthians — continua sendo pouco aproveitada, frustrando o desejo de renovação que boa parte dos torcedores pede há tempos. Essa resistência a apostar nos jovens reforça a pressão sobre Sylvinho, que caminha sobre uma corda bamba logo no início do seu trabalho no clube.
O Corinthians tem solução a curto prazo?
Responder a essa pergunta neste momento é uma tarefa bastante complicada. O time mostra-se carente de criatividade e alternativas ofensivas, fatores essenciais para buscar objetivos mais ambiciosos na temporada, como uma improvável classificação à pré-Libertadores de 2022.
A falta de peças capazes de fazer a diferença no setor de criação é evidente. O meio-campo alvinegro, apesar de experiente, carece de dinamismo e inventividade, tornando o Corinthians previsível e pouco efetivo quando precisa propor o jogo. Nem mesmo os reforços recentes têm conseguido mudar esse panorama.
Sylvinho, em vários momentos das partidas, prefere ser cauteloso nas substituições, priorizando a manutenção do resultado ao invés de buscar a vitória. Essa postura conservadora, compreensível em certos contextos, tem irritado a torcida que anseia por uma equipe mais ousada e competitiva. Há uma percepção clara de que o Corinthians joga para não perder, quando deveria jogar para ganhar, especialmente contra adversários que teoricamente estão no mesmo nível ou até abaixo.
Entre os jogadores mais criticados pela torcida estão nomes já experientes como Jô, que sofre com a falta de mobilidade; Léo Natel, pouco efetivo nas oportunidades que recebe; Ramiro, que apesar da saída iminente continua sendo utilizado; e até mesmo Gil, que apesar de sua importância histórica no clube, não vive seu melhor momento técnico.
A expectativa para o próximo confronto
Em meio a esse cenário de instabilidade e incertezas, o Corinthians já se prepara para o próximo compromisso no Campeonato Brasileiro da Série A. O adversário da vez será o Sport Recife, em partida válida pela 6ª rodada da competição. O duelo está marcado para esta quinta-feira (24), às 19h (horário de Brasília), na NeoQuímica Arena.
Jogar em casa pode ser um fator positivo para o Timão, mas também aumenta a responsabilidade e a pressão por um resultado melhor. O Sport também atravessa dificuldades no campeonato e é considerado um adversário direto na briga contra a parte inferior da tabela, o que torna a vitória ainda mais necessária para aliviar a tensão e dar confiança ao elenco.
Além do resultado em si, a torcida espera ver mudanças no comportamento da equipe: mais atitude, mais ofensividade e principalmente maior efetividade na hora de definir as jogadas. Será uma oportunidade para Sylvinho começar a corrigir as falhas que se repetem a cada rodada e, quem sabe, encontrar um caminho que torne o Corinthians mais competitivo e menos previsível.
Conclusão: um momento de reconstrução e paciência?
O Corinthians vive um momento de reconstrução, e talvez o maior desafio esteja justamente em equilibrar as expectativas da torcida com a realidade atual do elenco. A solução para os problemas evidentes não será simples nem imediata, mas pequenas mudanças de postura dentro de campo podem já trazer um alento para os corintianos.
O próximo jogo será mais um teste para Sylvinho e seu projeto no clube. Um resultado positivo contra o Sport pode dar sobrevida ao treinador e um pouco de tranquilidade para desenvolver melhor suas ideias. Caso contrário, a pressão tende a aumentar ainda mais, e a paciência — já curta — da torcida pode se esgotar de vez.